terça-feira, 21 de julho de 2009

Ensino articulado ... onde isto já vai!!!


ás vezes como pais há coisas que nos vão surpreendendo, sobretudo quando mexem com o bem estar dos nossos filhos...
Eu e mais umas quantas mães temos andado indignadas. Segundo a Portaria 691/2009 "Os cursos básicos de ensino artístico especializado de Dança e de Música criados no presente diploma e os planos de estudo nele aprovados harmonizam as diferentes componentes curriculares e permitem a diversidade de ofertas formativas de ensino artístico especializado, tomando, simultâneamente, em consideração a necessidade de todos os alunos poderem desenvolver as competências essenciais e estruturantes relativas a uma educação básica dentro da escolaridade obrigatória.

Pois... segundo esta legitima sentença impõe-se que os comportamentos sejam coerentes nomeadamente por parte das escolas.... havendo crianças vocacionadas para o ensino das artes, fará sentido aproveitar o que de bom nos trás a nova legislação... (de bom e de mau, porque afinal o ministério continua a mandar cá para baixo aquilo que nem sonha se poderá ser viável ou não, lançando ás feras uma politica economicista, que trás sem duvida benefícios , mas poucos, para os realmente interessados.... mas enfim, este seria outro assunto a desenvolver noutro capitulo Képia).

A nossa indignação vem a propósito do desrespeito e/ou falta de sensibilidade com que algumas escolas trataram o assunto ... e concretamente vou relatar na 1ª pessoa o episódio que me fez escrever este post.
A minha filha estuda música no Conservatório desde os 4 anos de idade.Não só pelo facto de que, isso me deixa muito feliz, mas sobretudo porque ela ADORA e foi com muita determinação que escolheu o Oboé como instrumento de eleição. (Não sei se será legitimo ela apenas com 10 anos estar já a fazer uma escolha tão definitiva em relação ao currículo que irá seguir, no que diz respeito as suas escolhas futuras, visto que, com esta nova legislação as crianças no 7º ano irem ter uma significativa redução na carga horária, nomeadamente em disciplinas fora do âmbito artístico... mas isso seria também um outro assunto a pensar e a referir num outro post ehehe).
Ora atendendo a esta pequena /grande convicção da minha filha, vi-me confrontada com um contratempo que não estava à espera. A escola onde a minha filha frequentou o 1º ciclo,(escola Joaão Roiz de Castelo Branco) decidiu que não iria assinar lá os devidos protocolos com o Conservatório não dando outra opção aos pais, senão mudarem os seus pupilos de escola...
Eu penso que o facto de mudar uma criança de escola não é uma decisão que se tome de ânimo leve, por todas as questões praticas, económicas e sobretudo emocionais que acarreta... e é aí que manisfesto a minha indignação para a falta de sensibilidade com que a "escola da minha filha", (era assim que a definíamos", tratou este assunto tão delicado, afinal a escola tomou a sua decisão e os pais realmente interessados não foram "tidos nem, achados" nessa tomada de decisão..... pois é verdade são apenas 16 crianças e o que é isso para uma escola onde a falta de alunos não é sequer problema ;), a verdade é que alguns desistiram pelo caminho e talvez para não quebrarem laços, ou talvez porque quando valores mais altos se levantam as escolhas realmente importantes tenham que ficar para segundo plano... Eu não... eu mudei de escola a minha Oboista, para que ela possa seguir o seu sonho até o coração dela mandar!....

15 comentários:

Maria Teresa santos disse...

Bem, quem fala assim não é gago.
Fizes-te mt bem, não se estraga assim um caminho de tantos anos.
Bjs

disse...

A nossa pequena "Flautista" também vai sair da "sua" escola, com tudo o que isso implica ...
Já estudou dois anos Flauta transversal e quer continuar, pelo que optámos pelo articulado no 5º ano.
Acreditamos que vai correr tudo bem na EBI Afonso de Paiva e agradecemos ao seu director. Lamentamos a falta de cuidado do Sr. Director da EBI João Roiz na condução deste processo. Estamos muito magoados e indignados com a nova direccção. Bjs

joao disse...

Fizeram uma óptima escolha. Não deve ter sido fácil, mas foi concerteza a melhor. Estou certo que as escolas que optaram por recusar o ensino articulado da música se irão "arrepender" amargamente: perdem excelentes alunos. Um beijinho para a minha oboísta mais nova preferida.
NOTA: a carga horária não é menor, é bem maior com o acréscimo do Conservatório.

Anita Catita disse...

Oh que raiva, isto é um pais governado por tótós!!
A minha flautista vai para o 9º ano e 4º de conservatorio, mas é o ultimo ano de articulado, depois já é a pagar:( e muito!! buaaaa..
mas vale sempre a pena, apesar de serem novos para defenirem o caminho .

beijinhos

Fantasia Musical disse...

É muito complicado quando as escolas sobrepõem os interesses dos professores aos das crianças :(

Tenho a certeza que terá sido, da vossa parte, uma decisão difícil, mas creio ter sido a mais acertada. Somos todos nós (alunos, pais, professores, funcionários) que construimos a Escola e estou convencida que a Afonso de Paiva, criando uma turma de ensino articulado, ganhará imenso!

Anita Catita: não percebi bem o teu comentário. A minha filha frequentará o 6º grau no conservatório em ensino articulado, continuando a usufruir da gratuitidade do ensino. Parece-me que a tua filha só pagará se resolverem optar pelo ensino supletivo.

Um beijinho especial para a oboísta :D

Porcelain disse...

Ai garota... estás numa cidade do caraças... desculpa lá estar a dizer isto aqui assim à frente de toda a gente... :P

Beijoss!!

Anónimo disse...

Gostava que alguém, destes pais brilhantes, me explica-se: num pais democrata, onde as leis deveriam ser universais, porque é que o legislador apenas contemplou o ensino artístico (dança e musica). Julgo eu que, qualquer criança protuguesa, por uma questão de vocação deveria ser incluida no diploma que regulamenta este ensino articulado, seja pintura, linguas, escultura, futebol, andebol, voleibol, alfinets, matemáticas, etc. E aí, minhas amigas egoistas e ignorantes, fechem a escola pública de uma vez por todas...

Képia disse...

Cara/o anónimo (venho obviamente responder ao seu comentário como pessoa bem educada que sou, sem partir para a ofensa, copiando o seu infeliz comportamento.)
1º - penso que, se falarmos em ignorância, a falta de informação neste caso, não é de todo minha, talvez sua, pois cara/o anonimo, pelos vistos não sabe que os curriculos de matemática, artes e desporto, ja estão contemplados na escola pública desde que me lembro de ser gente, assim como, a música, obviamnete.
Penso que, em vez de partir para a ofensa, seria bom informar-se melhor.
2º Vou dar-lhe uma sugestão apenas, quando abrir uma escola de curriculo mais especifico nas área da matemática ou de futebol etc etc, com curriculo paralelo ao do ensino básico, terá toda a legitimidade em contestar a sua revolta , nunca quando, não se conhece a existência de alguma por aí.
Confesso no entanto, a minha ignorância, sim, no que respeita a arte "alfinets". quanto a essa não me posso , de facto, manifestar.

aconselho-o vivamente, caro/a anónimo a ler um pouco os programas dos Conservatórios com todos os objectivos da existência deste tipo de escolas que estão cada vez mais a motivar jovens, para a POUCO E POUCO , ESTES, poderem ter oportunidadeS VARIADAS e poderem fazer as suas escolhas de acordo com os seus mais profundos desejos sem terem de completar simultâneamente dois cursos do ensino básicos.

Helena

Képia disse...

P.s - os músicos lutam por isso, as outras artes terão certamente que fazer o mesmo e os brilhantes pais e outros egoistas, ignorantes deste pais certamente aparecerão e irão certamente ajudar a conquistar o que lhe é de direito. Com esforço tudo se consegue, nunca calando e acomodando. mas nós somos um país, onde realmente se fala de mais sem se verem grandes obras feitas ;)

Anónimo disse...

Peço desculpa pela minha linguagem despropositada, e até inconveniente, que utilizei no comentário anterior, acredite que não sou, por norma, assim.
Permita-me, no entanto, trocar algumas ideias consigo.
1º Se for razão determinante para a supressão de disciplinas nos planos de estudo nacionais o facto de haver curricula iguais ou sobrepostos, na escola publica e nos conservatórios, porque é que um aluno em regime articulado (dança ou música) tem suprimido no seu plano estudos as disciplinas de Educação Musical, Educação Física, Educação Visual e Tecnológica, e Línguas ou História? Isto para o 5º e 6º ano. (Anexo nº I da Portaria nº 691/2009 de 25 de Junho) e (Decreto-Lei nº 209/2002 de 19 de Outubro) Ou seja: se os “curriculos de matemática, artes e desporto, ja estão contemplados na escola pública” qual é razão para, qualquer que seja o currículo que não esteja no plano de estudos dos curricula nacionais, fazer suprimir carga horária nas disciplinas, muito diferentes, em vigor?
2º Os Institutos de Línguas oferecem já um curriculum que poderá ser entendido, utilizando as suas palavras, paralelo ao curriculum do ensino oficial público. Acredito também, que se a Portaria 691 passar a ter um carácter mais universal, como de resto deveria ser, outros institutos especializados se formarão. Partindo de sua premissa, se os institutos ou conservatórios por via dos seus curricula podem suprimir de forma meramente aleatória disciplinas do ensino oficial público, acredito que, a escola terá, por via de mecanismos liberais, os dias contados.
3º Não ponho em causa a qualidade dos curricula dos conservatórios, nem tão pouco, a utilidade destes estabelecimentos, sinto apenas, que ambos poderiam existir sem que um se sobrepusesse, por decreto, ao outro.
4º Por último, julgo ser injusto que, o legislador não tenha tido uma postura universal ao elaborar os diplomas reguladores. É injusto que o estado pague a propina dos jovens que frequentam apenas os conservatórios. (Despacho nº 17932/08) Eu pago com os meus impostos a propina do seu filho, e a Sra. não paga, com os seus, a actividade cultural artística ou desportiva do meu.
P.S. Queria que estas medidas fossem parte integrante de politicas educativas integradas e sustentadas, e não, medidas avulso, originadas por pressões de classes profissionais. Desta forma, a educação está saque.

Képia disse...

Caro Anónimo, terei muito gosto em debater consigo opiniões.

Em relação ao ponto um, creio ser óbvio que a redução da carga horária nas disciplinas que refere serve precisamente para aqulibrar o escesso de horas com a integração das novas disciplinas, repare:

Um aluno nesta idade, ao fazer esta escolha terá já, obviamente, em mente qual a sua opção futura,. apesar de estar ainda livre de fazer outra em qualquer momento da sua vida. O que acho absolutamente positivo.
Faço apenas um pequeno reparo à sua observação, a legislação que referiu apenas retira meia hora ás disciplinas de evt e retira a hora lectiva da disciplina de estudo acompanhado e de educação musical, mais nada. Isto para quê? apenas para não fazer valer um número de horas que seria elevado. Retirar-se-ão do currículo apenas disciplinas que poderão ser substituídas sem dano para o aluno . Estudo acompanhado será uma disciplina muito necessária a alunos que poderão ter algumas dificuldades de aprendizagem, mas nos moldes em que funciona não me parece que surta efeito, uma vez que apoio ao estudo com turmas inteiras não faz sentido...mas isso seria um outro capitulo a discutir... a educação musical também é retirada, afinal, não faz sentido terem duas vezes a mesma disciplina (se for ver os plano curriculares do 2º ciclo e os do conservatório para este nivel de ensino constatará que são muito idênticos), será também retirada uma hora á disciplina de evt para que não se exceda o número de horas lectivas semanais.Será portanto uma compensação sem grande prejuízo. Nesta fase claro!!!!
Mais tarde no 7ºano é que as escolhas terão de ser bem mais definitivas...mas nesses dois anos os aluno poderão ter em conta se querem seguir essa via ou não, uma vez que, já vivenciaram a situação com mais intensidadee ai sim, terão de retirar carga horária em disciplinas que futuramente não irão necessitar tanto...

Parece-me lógico... afinal os alunos que querem seguir medicina
terão que escolher disciplinas que terão de ver mais com o curso de medicina do que se quiserem seguir um curso de línguas!
A opção é rigorosamente a mesma, apenas numa outra área. Essas escolhas são sempre passiveis de alteração como referi em cima para bem dos alunos obviamente. Já no 9º ano, ou no 7º ter de prescindir de disciplinas em detrimento de outras faz parte das escolhas académicas que nos oferecem.

Em relação ao discurso " da igualdade de direitos" para todos, faz-me repetir a minha ideia inicial ... se há alunos e ou pais que pretendem que haja escolas que funcionem como os conservatórios em outras áreas de expressão, porque não cria-las e posteriormente lutar para que os governantes criem condições semelhantes.. Toda a gente sabe que o ensino da musica e a existência dos conservatórios e muito antiga e que tem sido sempre muito procurada. Como tal resta-me dizer, ao invés de ficarmos sentados a reclamar, será mais proveitoso procurar soluções que visem tornar as nossas vidas mais confortáveis, só assim teremos sociedades em constante evolução e é por isso que as igualdades de direitos se obtêm muitas vezes pela persistência dos interessados.
Faz todo o sentido que assim pense, afinal eu também gostaria que fossem vocês a pagar com os vossos impostos a natação do meu filho o futebol, ou o judo etc... mas infelizmente AINDA não existem escolas com currículos paralelos..... mas... poderão vir a existir , porque não????

Gostaria muito mais de estar a debater ideias com alguém que tivesse nome, mas na impossibilidade de o fazer resta-me desejar boa sorte e aconselhar a que lute pelos seus interesses assim como eu faço com os meus.
Já ultrapassei a idade de pensar que mudarei o mundo e que deixarei de aproveitar as minhas oportunidades em detrimento dos que AINDA não as têm... E acredite, a Educação está saque... sim, sem dúvida , mas não por este motivo ;)

Helena

Fantasia Musical disse...

Ao serem retiradas algumas disciplinas do currículo do ensino articulado, apenas se pretende contribuir para um maior equilíbrio. Afinal, ao longo de anos, as crianças que estudavam Música tinham que aguentar dias de trabalho quase insuportáveis. E, deve acrescentar-se que só se inscreve no ensino articulado quem quiser; se não concorda com a supressão dessas disciplinas/área curricular não disciplinar, o melhor é não enveredar por esse tipo de ensino.

Quanto ao apoio estatal, creio que não faz mais do que a sua obrigação. E, meu Deus, comparar o ensino da Música nos conservatórios com a natação, o futebol ou o judo faz-me pensar que ainda temos um longo caminho pela frente. A falta de conhecimento é assustadora... Não estamos a falar de música como ocupação de tempos livres, mas Música como carreira.

Anónimo disse...

Coloco uma questão: a minha filha frequenta o Ensino Articulado(6ºano-piano); Já trouxe p/ casa um nota a perguntar se pretende continuar no Ensino Articulado para na Escola tentarem fazer uma turma toda junta, mas também me disseram, que a partir do momento que se matricula no 7º ano do E.Articulado, não pode desistir, ié deve manter-se neste regime até ao 9º. Alguém me pode esclarecer? Vamos supor que a minha filha no decorrer do 7º ano "descobre" que não quer continuar na Música, no ano seguinte não pode ser inscrita no Regime normal? Obigada pela colaboração,Susana

Laura Santos disse...

Tenho procurado na net informação sobre o ensino articulado, mas não tenho conseguido muita coisa; restam sempre muitas dúvidas. Poderiam dizer-me se no 3º ciclo os alunos têm ou não iniciação à
2ª língua estrangeira?

Képia disse...

Olá Laura :), neste momento não sei informa-la correctamente uma vez que tem estado constantemente a haver mudanças. Mas vou procurar saber e bravemente lhe darei uma resposta válida :)

Cumprimentos

Helena Francisco